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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dark Angels - A garota de vermelho - O início

    Era tudo um desespero total. Meu pai corria de um lado para o outro tentando apagar o fogo, mas labaredas se formavam constantemente, e minha mãe ainda estava caída desmaiada ao meu lado, enquanto eu tentava acordá-la ainda com a minha perna presa embaixo da estaca de madeira que caíra.
    Ainda vendo meu pai tentando abrir a porta tirando estacas e mais estacas da frente dela, desmaiei com tanta fumaça e só me lembrava de vê-lo sendo atingido na cabeça por uma estaca.
    Eu poderia ter morrido. Isso não saía de minha cabeça.
    Eu fui a única de três pessoas que sobreviveu. E isso também me assombrava.
    Na verdade, o que mais me assombrava era o fato de todos morrerem queimados, atingidos por estacas e imobilizados por elas. As únicas coisas que não aconteceram comigo. Eu só fui atingida na perna, e ela não precisou nem ser engessada. Perfeita.
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    Meu primeiro dia na escola interna de Detroit, minha nova cidade, na verdade, a cidade onde eu fiquei após meus pais morrerem. A cidade onde ficava o orfanato no qual eu morei até me recuperar (ou mais ou menos isso) para poder ir voltar a frequentar a escola normalmente. Mas no caso, Detroit só tinha uma escola, e interna. Mas como eu tinha oito anos e meio, já podia ficar na escola interna sem depender mais daquele orfanato. Aquele orfanato o qual me manteu viva durante um ano inteiro.
    Chegando na escola, enviaram-me ao meu quarto e logo conheci Demetria. Ah, ela era legal, mas tenho muito medo de sua religião.
    Logo no dia seguinte iniciariam-se as aulas e eu estava totalmente preparada, até lembrar-me de como eu era terrível para fazer amigos. Deu-me calafrios, minhas mãos congelaram e meu rosto ficou esbranquiçado, mas nada me detia de continuar a arrumar-me.
    Desci as escadas vagarosamente. Meu vestido vermelho era impecavelmente lindo, e eu tinha noção disso.
    No final do corredor eu encontrei o garoto mais perfeito, mais impecável, mais estonteante, e mais fiel que eu poderia conhecer. O garoto o qual eu nunca desconfiaria de que seria meu amigo, e não um garoto o qual eu admiraria o ano todo de escola.
                        CONTINUA