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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Um encontro de olhares

   No lago refletia sua face. No lago onde cisnes passeavam e onde lágrimas caíam. Lágrimas de seus olhos azuis faiscantes. Submersas estavam suas mãos em busca de alguma planta para poder ter algo a fazer, enquanto seus joelhos cobertos de calça jeans azul escura sujavam na lama em torno do lago.
   O suor de seu corpo pingava na sua camisa tornando todo aquele lamento uma música.
   Os pingos de suor, as lágrimas, as gotas da chuva... Todas se tornavam uma só nesse dia tão tormentoso.
   O barulho pingante aconchegava-me por de trás daquela árvore enquanto o observava morrendo de frio o vendo quase nadando no meio de seu suor.
   Seu nervosismo era visível. Solussava sem parar, mãos ágeis a caçar plantas num local sem estas visíveis.
   No meio daquela aguaceira, percebia que ele deveria estar perdido como eu, com fome como eu, desesperado como eu.
   Naquele momento eu percebi que poderíamos ser um só.
   Ser um só a tentar fugir daquele lugar que nos apreendia de uma maneira tão tenebrosa.
   Depois de um tempo pensando na ideia, percebo que o lago já não era mais para onde seus olhos miravam.
   Meus olhos eram a única fonte que recebia suas indiretas.

                   CONTINUA EM BREVE