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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Medo da maldição do espelho

   Todo dia Camila sorria para um espelho quebrado e desejava que ele não sentisse raiva dela.
   Motivo?
   Ela era maluca, e, realmente, ela que quebrara o espelho, então, ela só queria mesmo que ele não lhe desse esses temidos sete anos de azar.
   Principalmente nesse início de ano. Esse ano tinha que ser P-E-R-F-E-I-T-O!!
   Primeiro: Robert Miller seria de sua sala este ano. O garoto que ela amava e que completaria seu coração sendo seu namorado, noivo e mais futuramente querido marido... Aaaahh! Camila amava ele. E faria de tudo_ tudo mesmo, mesmo_ para que nada a atrapalhasse de conquistá-lo.
   Segundo: Alícia Fernandes_ sua melhor amiga_ também seria da sua sala, então seria sua álibi nos seus planos mirabolantes para conseguir ter Robert só para ela.
   Terceiro: Gabriel Dantas teria que_ de qualquer forma_ sair de seu pé. Aquele garoto maluco era apaixonado por ela desde o jardim e três.
   Foi então que ela quebrou o espelho e três dias depois descobriu que Gabriel seria também de sua sala. Pura decepção!
   Para ela, a maldição do espelho tinha acabado de começar. E Camila tinha que descobrir alguma forma de detê-la.
   Alícia foi a sua casa hoje e tentaram descobrir como acabar com a temida maldição.
_ Vamos colar o espelho!_ Viajou, Alícia.
_ Claro que NÃO!_ Negou, Camila._ A única forma de conseguirmos deter esse azar é combatendo contra ele.
_ Tá boiando? Pera ai, você tá viajando?_ Rebate Alícia rodopiando o dedo indicador em volta de sua orelha.
_ Ai, Alícia..._ Suplica, Camila._ Você não está entendendo o que estou tentando falar? Serão sete anos... Demorará um tempão pra acabar. Temos que acabar com esse primeiro azar, que foi cair logo na sala do Gabriel, sobre saindo a maior sorte da vida que eu poderia ter...
_ O Robert?_ Pergunta Alícia com toda a certeza do mundo.
_ Qual seria a maior sorte?_ Responde com outra pergunta, Camila.
   Alícia sorriu e elas começaram uma guerra de almofadas. Camila agora tinha certeza de que sua amiga seria sua álibi na conquista por Robert. Acreditando que em conquistá-lo, seus azares acabariam...
                         CONTINUA EM BREVE

Totalmente incapaz de defender-me

_ Amor, volte, meu amor, não vá..._ A garota do outro lado do celeiro surtava.
   O cara que entregava aquele cocô que eles chamavam de comida chegara. Hoje seria carne moída_ se eu puder chamar aquela gororoba de carne moída_ arroz e feijão. Sempre eram comidas simples.
   Posicionei-me perto do prato, mais não o alcançava. As algemas que me prendiam a parede proibiam-me de continuar indo em direção a comida.
   O carinha entregador de comida riu o bastante para dar um chute na comida que a vez voar em meu rosto.
   Sabe, não estava quente. Que bom que não comi aquilo.
   Enquanto via várias outras garotas comendo com satisfação, mais dava-me fome por aquela porcaria.
   Que nojo!
   Uma delas_ acho que loira pois o local era uma pocilga mal iluminada_ encontrou um osso de galinha no meio da carne moída.
   Pera ai! Pensei. Essa porcaria é comida do lixão? Que bom que não comi. Mas tinha vestígios ainda em meu rosto. Meus cabelos todos gosmentos com aquilo.
   Eles nos venderão... Terão que nos dar banho antes disso. Aqueles homens miseráveis. Nos sequestraram, nos abusaram e ainda queriam nos vender mais magras até que Gisele.
   Eles irão se arrepender quando perceberem que não conseguirão nem quinhentos por nós. Não somos mais virgens, por culpa deles mesmos.
   Sarah_ a única que eu conhecia daquela precariedade_ estudava comigo e sempre dizia o quanto eram bons os seguranças de seu papai rico. É... Sarah agora deve se arrepender de ter confiado demais neles...
_ Garota estúpida._ Bato contra a garota que continuava a implorar pelo seu amor de volta. Também sem comer como eu, só pensava em ter alguém para ajudá-la._ Ele não virá ajudá-la.
_ Ele me ama!_ Revida ela ao gritar.
   Logo entram dois capangas do entregador de comidas e batem na garota que surtava.
_ Parem de brigar. Estão me ouvindo!_ Diz o capanga que estava acompanhando o outro que bateu na menina.
_ Siiim..._ Diz Sarah em tom de sarcasmo.
   O carinha pegou ela pelo pescoço e levantou-a.
_ Nunca mais ouse falar assim comigo, está me entendendo ou quer que eu desenhe?
   Sarah sibilou algo, que cada vez foi aumentando até sair:
_ Pilantra, pilantra, pilantra, pi-lan-tra!!!!
   Os dois soltaram-na e naquele momento percebi que Sarah teria mais uma sessão de tortura com os dois. Calei-me instantemente e resolvi nunca mais falar nada pois realmente sabia que Sarah não voltaria. E eu não queria ter o mesmo fim que ela. Ainda queria ter esperanças de que alguém que me comprasse fizesse-me de uma simples empregada, além de seu fetiche sexual.